Tradução

"O meticuloso exercício da escrita pode ser a nossa salvação" (Isabel Allende, em Paula)

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Livros

       Meu irmão R., cunhada Andréa e a garotinha deles, Giovanna, estiveram aqui em casa para o final de semana. Faz frio. Nas saídas à noite, já precisamos usar casaco e, para mim, o indispensável chapéu estiloso de inverno. Não por estilo, mas para diminuir o frio nas orelhas e no topo da cabeça. Quem mandou ter pouco cabelo? Antevejo um inverno rigoroso durante a Flip: noites geladas, chocolate quente tomado nas mesinhas do pavilhão de entrada, livraria recheada de títulos. Outra coisa boa é a edição Flip da ótima revista Piauí, com entrevistas e matérias sobre os escritores participantes. Amor visceral pelos livros, como o meu (e o de muita gente mais) é coisa bem pessoal, sobre a qual não deve recair nenhum juízo de valor. É mais ou menos, creio eu, como gostar ou não de determinada cor ou iguaria: não tem explicação. A gente ama, e pronto.
      Giovanna ama os livros desde cedo. Com 10 anos, é a melhor aluna de redação de sua sala e termina de ler um livro em apenas dois dias. Passou o fim de semana aqui em casa lendo nada menos que o Diário de Anne Frank. Seu sonho é ser escritora e pintora, exatamente o que eu queria ser, quando tinha essa idade. Abandonei a ideia de ser pintora em favor da literatura (nunca ouvi falar de alguém que tivesse tido êxito ao mesmo tempo nos dois ofícios) e acabei não sendo nem uma coisa nem outra. Apenas uma diarista de blog (meu deus, o que é isso?), porque nem blogueira eu sou.
       Em Santo Antonio de Pádua (RJ), aos sete ou oito anos, eu lia em espanhol (!), um livro infantil chamado Mis cumpleaños. Não tenho a menor ideia de como foi parar em minhas mãos. Possivelmente presente de meu pai. Menina solitária que era, entrei assim em contato pela primeira vez com a boa literatura, de Alexandre Dumas (Memórias de um médico) a Césare Cantu (História Universal), além de outros títulos pouco usuais nas mãos de uma menina de 11 anos. Também adorava a página literária do O Jornal, um dos bons periódicos de uma época de muitos jornais (década de 50); Aí nasceu o sonho de ser "escritora e pintora", como diz hoje Giovanna. Herança atávica do lado materno, italiano.
      Tomara que ela tenha mais sorte - ou perseverança - do que eu.

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