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"O meticuloso exercício da escrita pode ser a nossa salvação" (Isabel Allende, em Paula)

quarta-feira, 6 de março de 2013

Indiozinhos


      O condomínio onde vamos morar fica do outro lado da estrada: atravessa-se a rua e pronto, estamos em casa. As casinhas coloridas onde moramos agora são lindas vistas de longe. Já o visual do novo condomínio é dominado pelos muros amarelos, com um largo portão e um canteirão gramado bem sem graça. Levei meses para perceber que se tratava de um condomínio, pois é praticamente invisível a quem passa pela rua. O interior do sobrado é, porém, mais claro e espaçoso, com uma varandinha dando para o largo pátio em frente. Há uma piscina pequena que não dá tréguas para o sol e, para variar, não se vê viva alma nas imediações. Sinto-me mais segura ali. A propósito, uma das casas do nosso condomínio atual foi assaltada. Os ladrões pularam o muro dos fundos onde, em sua pressa, deixaram um rastro de sangue. Os donos não estavam em casa e perderam um computador, entre outras coisas.
     Como levei mais de um ano para começar as anotações deste blog, perdi muita coisa interessante que, sob o impacto da chegada, teriam ainda o frescor da novidade. Uma das coisas que mais me comoveram ao chegar aqui foram os indiozinhos - um grupo de uns quatro ou cinco, entre seis e dez anos de idade - que, em busca de alguns trocados, enfileirados contra uma parede, no Centro Histórico, cantam em sua língua. Tenho uma sequência de fotos feita nessa época, em que um deles, o menorzinho, vai se desgarrando aos poucos do grupo, todo envergonhado, para finalmente afastar-se e parar de cantar. Pretendo, ainda, postar fotos neste blog e estas serão das primeiras. Algo mais? Saber como vivem e em que pé anda a questão indígena por aqui. Certamente farei uma pesquisa a respeito. 
    

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