Tradução

"O meticuloso exercício da escrita pode ser a nossa salvação" (Isabel Allende, em Paula)

sábado, 13 de abril de 2013

A vinda

      Vim a Paraty pela primeira vez na década de 80. Nesse período, trabalhando no Caderno de Turismo de um jornal carioca, vim à cidade algumas vezes, uma delas para cobrir as filmagens de Gabriela, cravo e canela. Marcello Mastroiani e Sônia Braga eram figurinhas fáceis no Centro Histórico, protagonistas que eram, nos papéis de Nacib e Gabriela. Nos intervalos, Mastroiani batia seus tênis pelas pedras do Centro Histórico, e foi quando o entrevistei. Depois, amarguei alguns anos de funcionalismo público, até que, finalmente livre, escolhi Arraial do Cabo para morar. Cidadezinha deliciosa! A Praia Grande é uma imensidão de azul, as ruas têm casas pequeninas com portas de onde jorram coloridas saídas-de-praia, cangas e biquínis. E havia o cineminha. No horário programado, alguém aparecia e analisava se valia a pena deixar entrar aqueles quatro gatos-pingados interessados em cultura. Às vezes, não abriam mesmo. O problema é que o público acabava não voltando e assim a frequência diminuía cada vez mais. Era assim há uns cinco ou seis anos. Hoje, nem mesmo sei se o cinema ainda existe.
      Começamos então a vir à Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). Foi quando as duas pontas - o lado mais sofisticado de Paraty, via Flip e o cotidiano da cidade - se uniram. Quando finalmente me aposentei, já tinha no currículo seis ou sete anos de Flip. Bateu a dúvida: Arraial do Cabo ou Paraty?. A decisão veio quando Jô e Gui vieram morar na cidade. Não deu certo e ficaram só uns três meses. Eu continuava apaiuxonada por Arraial, mas A., estranhamente, só falava em Paraty. Quando vi, já estava amando a cidade. Em julho de 2011, alugamos o chalé do qual já falei e breve vamos nos mudar para uma casa definitiva, no mesmo bairro. E aqui estou, neste blog, auto-denominada Fra Diavolo, ligeiramente incógnita. Digo ligeiramente porque na internet tudo se sabe. De qualquer forma, não acredito que meus três leitores estejam interessados na minha identidade. E eu me sinto bem assim.

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