Tradução

"O meticuloso exercício da escrita pode ser a nossa salvação" (Isabel Allende, em Paula)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Puxando os fios

      Neste blog, tenho em mente alguma outra coisa, não simplesmente relatar os fatos do dia-a-dia. Trata-se de uma metalinguagem que remete a uma escrita ainda internalizada em mim. E se relato alguns fatos do dia-a-dia (sobre o mundo que capto com meus sentidos) é para não perder o fio de uma meada interna, que eu reluto em puxar de uma só vez. Os fios saem aos poucos, puxando partes de mim que emergem do fundo gris de uma foto mal tirada. Tenho aqui em Paraty luminosidade bastante para clarear a foto!
       Sou mais ligada ao texto do que à imagem. As palavras são meu chão. Aos 11 anos, em  São Fidélis, já me debruçava sobre os livros da austera biblioteca de meu pai e lia avidamente a História Universal, de Cesare Cantu, em 20 alentados volumes, a Divina Comédia, de Dante (menos o Paraíso, que ele não tinha), manuais de escotismo e de código Morse (conhecia os símbolos), sem falar nos vários volumes das Memórias de um médico, de Alexandre Dumas e a Odisséia, de Homero. Fui uma criança privilegiada por ter aqueles livros à mão e por me interessar por eles. Daí nasceu a certeza de que seria uma escritora. Pois é, o sonho não acabou e por enquanto divirto-me neste blog.
     

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