Tradução

"O meticuloso exercício da escrita pode ser a nossa salvação" (Isabel Allende, em Paula)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Dia novo

         Quando vêm visitas, estas ocupam o misto de escritório e quarto de hóspedes, no andar de cima. O sofá-cama verde-pistache atrai o olhar de quem entra. Na parede oposta à porta que dá para a varanda, há uma escrivaninha para o computador; à esquerda, um móvel baixo cuja porta horizontal, decorada com pinceladas coloridas, se abre de cima para baixo. Nele guardo livros e pastas com recortes e documentos. O pé-direito alto compensa o que falta em espaço horizontal. Da pequena varanda, nos fundos, vê-se o quintal com piso claro, o muro e, além deste, cerca de  10 metros de terreno que acompanha a rodovia, coberto por bananeiras nativas, capim e arbustos. Além desse espaço, a visão, constrastante e ao mesmo tempo complementar, da faixa escura de asfalto da rodovia Rio-Santos e, mais além, dos contrafortes da Serra da Bocaina. 
      Estamos aqui há um ano e quatro meses. No início, eu fazia questão de que todos viessem ver meu local de moradia. E eles vieram: o casal W. e D., esta minha sobrinha, o casal R., meu irmão, com A. e Giovanna, uma adorável menina de oito anos e Celinha, minha irmã. Além desses, apenas Rob., que ocupou o quarto duas vezes: na primeira, ficou apenas dois dias. Na segunda, uma semana. Mas a descrição de minha vida em Paraty passa longe dessas duas temporadas de Rob. Paraty é festa, alegria, confraternização e Rob. protagonizou um capítulo triste de minha vida na cidade. Por isso, a história de Rob. corre, dentro de mim, paralela a tudo que acontece aqui, mas jamais, além de hoje, será aqui mencionada. Pode ser, quem sabe, que algum dia as duas histórias se juntem em um livro. E mais não digo.         

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