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"O meticuloso exercício da escrita pode ser a nossa salvação" (Isabel Allende, em Paula)

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Poda desastrada

      Em 1 e 9 de julho, comentei sobre as podas de árvores e arbustos no canteirão da avenida principal do Portal das Artes - rua da padaria, para os íntimos. O pé de caqui plantado por mim, como se vê, sofreu sua terceira poda consecutiva em menos de dois meses - a última, a 9 de julho, apenas uma semana depois da de 1 de julho. Tenho observado que plantas que sofrem podas desastradas e excessivas tendem a definhar e morrer. Temo que isso aconteça com esse caquizeiro, que, segundo um dos moradores do bairro, que nos abordou há pouco tempo, iria "prejudicar os fios da rede elétrica". O caquizeiro só alcançaria esse tamanho dentro de uns seis meses. Antes, porém, como simples arbusto, já estava sendo podado - podado não, mutilado, com o corte de galhos grossos várias vezes seguidas.
      Há uma semana, essa pequena e inocente árvore sofreu sua quarta poda - poda não, mutilação - feita como sempre por uma firma terceirizada da Prefeitura, que, como comentei, não tem a menor ideia do trabalho dos coleguinhas da semana anterior. E toca a podar novamente o que já havia sido podado e repodado. De bela árvore adolescente que era, acabou se transformando num apanhado de tocos com um ar raquítico e adoentado, como quem cambaleia após uma pancada forte. Em suma, mais uma poda desastrada, à qual, disso tenho certeza, vão se seguir outras e mais outras, até que, um simples toco de tronco (que de tronco não tem nada, seu diâmetro não passa dos 8 cm, tão nova ela é), já não terá mais força para reagir. Uns poucos plantam e a maioria destrói. É pena.

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